terça-feira, 30 de setembro de 2008

Eleições e animais


A Spam mandou uma carta aos seus sócios informando ter feito uma sondagem para saber quem são os candidatos que se mostram interessados com o tema dos animais domésticos e de rua de Maringá.
Trata-se de um tema importante, pois, entre outras coisas, afetam os setores da saúde pública e do meio ambiente.
Bem, a direção da Spam coloca que, na sua sondagem, poucos candidatos a vereador indicaram interesse no tema e quase nenhum candidato a prefeito. A carta também tinha como objetivo informar que, justamente, um desses candidatos convidava a sociedade civil organizada que lida com o assunto para uma reunião a fim de se interar do que se pensa e se faz a respeito em Maringá.(abrigo da Spam)

Fui a essa reunião, mais por curiosidade. Interessa-me entender esse desinteresse político.
A reunião foi um pouco tumultuada, pois muitas pessoas não têm qualquer iniciação política. A relação que tentam estabelecer continua sendo aquela da época do coronelismo. Mas, enfim, as relações de compadrio ainda são a tônica na política nacional. Mais um analfabetismo grave no país: o analfabetismo político.
Contudo, gostei da postura de uma das representantes da Spam na reunião, a Kátia. Muito lúcida e clara na compreensão do papel da sociedade civil de defesa dos animais, Kátia expôs objetivamente os avanços que já existem na legislação municipal a respeito do tema e como a própria prefeitura fere algumas dessas normatizações sem que outras instâncias saibam ou viabilizem formas de controle.
Todas as entidades presentes apontaram que a prefeitura precisa colocar em prática a castração de animais resgatados das ruas, pois isso já é lei municipal. E não sacrificá-los, o que parece acontecer indiscriminadamente, mas ninguém conseguiu até o momento, apresentar provas disso.
Outras pessoas na reunião apontaram problemas na administração do CCZ (centro de controle de zoonoses). Uma tal de M., funcionária (ou c.c. ou f.g.?) da prefeitura tem uma postura de ‘dona do pedaço’ e faz lá o que quer e o que não quer. Seu poder é tanto que se mantém no cargo há várias administrações (de diferentes tendências políticas). As entidades não concordam com muitos dos procedimentos dessa senhora e esperam poder pressionar a próxima administração para que ela aja de acordo com a legislação em vigor e não de acordo com a direção que os ventos da sua vontade determinar.
No fim das contas eu gostei de ter ido. Fez-me refletir que preciso participar mais desse âmbito pela defesa dos animais em geral e dos gatos em particular.
Do ponto de vista do marketing político, vale reforçar a constatação de que muitos políticos perdem uma boa fatia de voto por não darem importância a esse assunto. Animais domésticos nunca foram tão amados como nos dias atuais. A preocupação com eles nunca foi tão importante na vida das pessoas como se vê agora.
Não é recorrente vermos políticos afetuosos com crianças? Todo mundo reconhece o apelo desse ato. Pois a imagem de uma criança aciona em nós sentimentos profundos que influenciam nossas decisões. Afinal, quem tem respeito e afeto por crianças, será sensível também em outros aspectos da nossa vida. E embora saibamos do quanto de artificialidade esse ato possui, ele continua sendo utilizado pelos candidatos, pois continua tendo eficácia.
Algo aproximado acontece na relação entre pessoas e animais domésticos. Mas parece que o setor político local ainda não se atentou para o quanto a imagem de simpatia aos animais tem poder de angariar votos.(Marta com um de seus muitos cães regatados da rua)

De qualquer forma, setores da sociedade civil, como a Spam, estão atentos e farão sua parte para que o poder público avance no papel que deve cumprir.
Sim, os animais também têm seus direitos que devem ser respeitados e as pessoas que lhe tem apreço agem para que isso aconteça.
(minha filha com um dos gatos que resgatamos da rua)

Um comentário:

Marta Bellini disse...

que legal! valéria! Muito bacana! abraços
Marta