terça-feira, 30 de outubro de 2007

Visitas

De vez em quando a gente recebe visitas.
Até ano passado tínhamos uma vizinha chamada Nina.

Ela entrava, nos cumprimentava, deitava no chão, no sofá. Comia a comida do Feel, cochilava um pouco e depois ia embora. No final do ano ela se mudou. Sentimos falta.

Meses atrás descobrimos essa linda de olhos verdes. Ela mora perto da padaria, mas não sabemos com quem. Adora ficar no colo e tem um jeito estranho de demonstrar carinho. Morde a gente (mas sem machucar)!
É o primeiro felino que conheço que gosta de ficar tanto tempo no colo da gente.

sábado, 27 de outubro de 2007

FEEL



Da última ao primeiro. Falei deles sempre citando o Feel por tabela. Costelinha, Yam e Rita estão há menos de um ano conosco. Feel chegou em 2004. Já tínhamos o cachorro, Churek (um pinscher número ‘um’ que eu acho meio chato, mas ele é a paixão da filhota, então nem reclamo muito). A desculpa para o gato veio numa manhã de primavera na cozinha.
Enquanto tomava o café da manhã supus ter visto um rato entrar no pequeno vão entre a parede e o armário de imbuia. Parafraseando o Piu-piu, eu me disse “Acho que eu vi um ratinho.”
A dúvida é uma angústia insuportável. Mais insuportável que o nojo. E eu tenho nojo de ratos. Nojo por que na classificação doméstica eles entram na categoria de insetos. Ou seja, aqueles seres minúsculos, parasitas, que causam doenças, que contaminam o ambiente e que são nojentos. Mas não são insetos e são (do ponto de vista doméstico) só por que são maiores, tem pelos e rabo e... (argh!) Vísceras e sangue que se espalham por tudo quando tentamos matá-los da mesma forma que os demais insetos. Enfim, eles estão na liminaridade. E talvez justamente por isso são infinitamente mais nojentos (eu já disse que eles são nojentos? Parece que a repetição é a única maneira de traduzir a impressão repugnante que causam). E eles podem trazer a peste! Doença tabu do ocidente.
Bem, diante da dúvida, fui lá, abaixei-me e olhei. Ajustei o foco para poder enxergar algo na escuridão do pequeno vão de dois por dois e meio centímetros. E havia algo no vão que impedia que a luz atingisse meus olhos a formar o retângulo esperado. Só era possível ver pequenos triângulos de luz em quatro pontos indicando haver algo redondo entre o móvel e a parede. Pavor, pavor, pavor!
Abri a porta da cozinha, peguei o cabo de uma vassoura velha, introduzi-o por um lado do móvel e cutuquei a coisa redonda no vão. Se fosse um rato, sairia pelo outro lado, atravessaria a porta aberta e fugiria para o jardim. Ao colocar o cabo, ouvi aquele som típico emitido por esses insetos-mamíferos. Corri para a porta e consegui vê-lo fugir pela grama, atravessar as grades do portão, atingir a calçada, atravessar a rua e sumir no bueiro. Fiquei espantada com a velocidade e o tamanho dele. Era minúsculo! Inseto maldito!
Ai, o dia não começava bem. E morar naquela casa não começava bem, pois acabava de me mudar.
O problema estava instalado. Eu não o havia resolvido por que apenas o espantara. Certamente ele voltaria. E eu não conseguia matar ratos, nem diretamente, nem com armadilhas (envenenamento nem entra como opção – sou radicalmente contra a presença desse tipo de coisa em uma casa). Eu mato um monte de coisas (reparem que eu os denomino como coisas, são coisas animadas) sem drama: aranha, formiga, mosquito, barata... (Cobra já matei, mas acho que hoje não mataria. Não por falta de coragem, mas por admiração que passei a ter por elas). Mas rato não dá. O nojo me impede.
Fiz minha primeira pesquisa na vizinhança e o resultado foi ruim. Os camundongos fazem parte da fauna local e volta e meia entram nas casas.
Não demorei muito para resolver. Sentenciei: Vamos ter um gato! Urgente!
Após alguns telefonemas, conheci a SPAM e uma das suas associadas me presenteou com esse delicioso gato amarelo.
Muitos me disseram que não adiantaria nada, que os ratos não deixariam de invadir minha casa. Entretanto, desde que o Feel chegou, nenhum ousou. Agora então, com quatro gatos, nenhuma chance. Rá!

RITA



Bem eu falei de Costelinha, de Yam. Costelinha em uma semana, Yam em outra. Tudo parecia perfeito e harmonioso. Dois amiguinhos para o Feel. Mas... sempre tem um ‘mas’, não é? Um ou mais. Neste caso é o segundo ‘mas’, caramba!
Graça (vizinha, amiga, colega de trabalho e felinéfila – acho que a palavra não existe, né? Mas é isso mesmo, ela é apaixonada por gatos e atualmente vive com 12 deles) me liga e diz que precisa me pedir algo. Espero o pedido: Ela acabara de resgatar uma gatinha que tinha sido jogada em um terreno baldio no nosso bairro. Não havia como deixar a pequenina abandonada à própria sorte, mas também não poderia adotar mais um felino. Assim, me pedia para ficar com ela. Ai caramba! Mas eu também já estava lotada! (...) Para encurtar a história, ela veio e ficou. Mais uma. Um pouco maior que Yam. Eu achei os seus olhos um tanto tristes e me lembrei de uma oncologista que tinha um olhar parecido. E eu gostei tanto dessa médica (um dos poucos profissionais da área que admiro). Assim, a gata ficou com o nome da médica: Rita.





Rita é a esperta do grupo. Avalia tudo muito bem, não se apavora (como Costelinha) nem é ansiosa (como Yam, sempre apressado!). Mas tem o que considero um problema, é muito auto-confiante. Não se preocupa com as pessoas. Qualquer um pode se aproximar, fazer um chamego e ela já se sente dona da situação. Um perigo!
Tem um porte pequeno, elegante e a mais silenciosa de todos. Um doce!

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Conversa alheia



Por uma dessas inconveniências da vida, estava próxima de mãe e filha.
A primeira, com aparência uns 30 anos, a segunda, uns 6. A segunda ameaçava desobedecer a primeira. A primeira repetiu a advertência: Você vai se machucar!
A menina: "Eu vou lá."
A mãe, derradeira: "Já lhe disse. Não desobedeça a mãe, senão você vai ser infeliz."

Por sorte eu já me afastava, pois me assustei um pouco com a frase final. Achei tão forte a afirmação em tom de ameaça: ...senão você vai ser infeliz.
Saí pensando na repercussão psíquica da frase naquela menina daqui há alguns anos, ainda mais porque parece ser algo dito recorrentemente pela mãe.

Saio pensando no valor simbólico das palavras...

Enfim, essas coisas que adultos fazem com crianças e depois não entendem porque certos adolescentes e jovens são como são.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

O embrulhinho de novecentos



E se lhe surgisse assim, do nada, R$ 900,00? Isso mesmo: novecentos reais em notas! Tá, não é muito... Mas pode ajudar a pagar uma conta pendurada, comprar aquele sonhozinho de consumo há tempos adiado, financiar parte daquela festinha planejada, ou viagem, ou pagar o conserto daquele eletrodoméstico encostado etc. Ou seja, não faltam destinações, sempre urgentes, para novecentos reais gratuitos, caídos do céu.
Pois é, e esses novecentos apareceram para uma colega da universidade, a Isabel.

Ela foi levar o filho para uma atividade física num local da av. Mandacaru. Para não ficar parada esperando o filho, resolveu dar uma voltinha na redondeza.
Na calçada do ponto de ônibus, próximo à delegacia da Mulher, minha amiga chuta um pequeno embrulho. Intrigada com sua forma e tamanho, ela resolve abaixar e investigar. Ao abrir, eis o tesouro: novecentos reais!

Dias depois encontro-me com ela na universidade. Queria conversar coisas importantes de trabalho. Perguntei-lhe: Você tem um tempinho agora?
Tinha.
Mas toca seu celular. É da delegacia da Mulher. (Estranhei...)
Alguém quer encontrá-la e lhe pergunta se poderia ser naquele momento. Ela responde afirmativamente. Parece algo urgente...
Minha possibilidade de conversa vai para o ralo.
Uma tal de Dona Maria precisa muito vê-la.
Quando ela desliga é que conheço a história dos novecentos reais.

Ao encontrar o dinheiro, ela foi até a delegacia da Mulher e pediu à delegada de plantão que a ajudasse a encontrar o dono do dinheiro. A delegada não queria esse trabalho, fez-lhe a recomendação: “Minha filha, você achou o dinheiro na rua, ele é seu por direito, vá usá-lo como quiser.” Resposta: “Eu quero usar devolvendo-o para quem o perdeu.”.
Sem alternativa, a delegada procurou o quase-desafortunado.
Aquela ligação confirmava o encontro da pessoa. D. Maria, funcionária aposentada da universidade perdeu o embrulhinho dos novecentos no ponto de ônibus, ao subir no coletivo. Ao perceber a perda, desespero, culpa, dor... Até o telefonema improvável da delegada com a notícia que seu dinheiro seria devolvido integralmente!
A delegada já havia feito a devolução, mas D. Maria estava naquela tarde na universidade à procura de Isabel. Precisava agradecer pessoalmente.
Então Isabel foi receber o abraço. Pergunta-me se eu queria ir lá, "chorar junto". Imaginei o quão emocionante não seria o encontro. Mas declinei. O encontro cabia somente as duas e minha conversa poderia esperar.

Histórias assim são relativamente comuns, embora raramente contadas.
Senti um orgulho besta por Isabel. Feliz por conhecê-la, por conhecer essa história cotidiana, mas cheia de sentimentos bons.
Ganhei o dia.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Ideologia Arboreofóbica



Estive numa festinha de crianças nesse fim de semana. E lá, entre salgadinhos, docinhos e refrigerantes em um local agradabilíssimo (porque em um ambiente repleto de árvores) os adultos começaram a falar de chuva e de árvores.
Foi um final de semana com chuva, muito bem vinda, aliás, pois a cidade estava sedenta dela. Na conversa, lembraram-se de outros períodos chuvosos e dos acidentes com árvores caídas na cidade. Logo percebi uma certa unanimidade do grupo na qual as árvores são perigosas. Foram-se somando argumentos como o de que a maioria das árvores está doente, não há mais um serviço público de qualidade para avaliar e fazer a manutenção das mesmas, que era um perigo muito grande andar de carro em dias de chuva na cidade porque as árvores estão muito grandes etc.
Fiquei intrigada com esse olhar tão negativo para as árvores da nossa cidade. Tá certo que tratava-se de um grupo pequeno e nada representativo, mas eu acabei somando esses pontos de vista com o que a imprensa costuma informar sobre o tema. E as abordagens são predominantemente negativas. Árvores doentes, árvores que caem e ameaçam a vida e o patrimônio dos moradores, árvores que sujam as calçadas, árvores que não são podadas etc.
Há mesmo uma ideologia contra as árvores em Maringá. E não pode haver maior absurdo do que esse, pois a cidade, sem elas, seria insuportavelmente quente! Qualquer ser humano percebe isso, basta andar por uma rua sem elas em um dia de verão.
Árvore também se transformou em um poluidor visual para o comércio, não? Opa! Não só para esse setor, mas também para igrejas e outros monumentos arquitetônicos de beleza ‘cimental’ duvidosa...
Tenho uma amiga que mora em um condomínio fechado em que a maioria dos moradores decidiu cortar todas as árvores dali que estivessem na área coletiva. Só restou uma árvore, que fica na área privada da casa dessa amiga. Agora, nos dias quentes, todos os carros das visitas do condomínio disputam a única sombra que há... Absurdo! As árvores lá foram cortadas baseadas em argumentos higienizantes: as árvores sujam muito as calçadas, atraem animais (como morcegos, ui!) etc...
Árvore e chuva
Bem, a experiência de ser arqueóloga e antropóloga me fez aprender algumas regras de andar na mata. Uma delas é a de que, se uma chuva torrencial lhe pega no meio de uma caminhada na mata, a primeira coisa a fazer é procurar o lugar mais alto e mais distante dos cursos d’água (sabe como é, um filete de água pode se transformar em um rio em pouco tempo). A segunda coisa é ficar quietinha, nada de prosseguir na caminhada, pois a chuva provoca mesmo a queda de galhos. E ser alvo deles pode ser fatal.
Obviamente, transportei esse saber para essa cidade, deliciosamente cheia de árvores. Assim, quando chove torrencialmente, não dirijo. Simples.
Não dá para evitar? Então trafegue pelas vias com menos árvores, dirija devagar e tenha o seguro do carro em dia.
Socorro!! Árvore não é problema, é solução! Ela dá algum trabalho? Dá, mas tudo na vida dá trabalho. Ela não representa um ônus. O que ela demanda deve ser encarado como investimento e não ônus. A sua ausência sim, é um ônus.
Sabe o que eu penso? Penso que esse discurso recorrente contra as árvores é mesmo uma ideologia de um liberalismo do mais tacanho possível. E de onde vem o liberal? Vem dessa característica de desqualificar tudo o que é público. Sucatear o público. Disso entendemos bem, saúde: sucateada. Educação: sucateada... As árvores são públicas, não? Então vai-se minando sua manutenção. Não há investimento no serviço público para podá-las, recolher folhas e galhos caídos, verificar sua saúde, substituí-las (e não suprimi-las) etc. A cidade cresce, aumenta o número de árvores, aumenta o número de contribuintes, mas não o investimento na infra-estrutura da cidade – incluindo as árvores.
Enfim, o sucateamento começa com a desqualificação das árvores. Nos discursos da imprensa e do governo municipal, elas aparecem como um problema, um entrave para a cidade. Emerge uma ideologia arboreofóbica e ela já contamina os incautos com eficiência.
O que fazer?

domingo, 14 de outubro de 2007

ODEIO...


...HORÁRIO DE VERÃO!

sábado, 13 de outubro de 2007

GATOS E MAIS GATOS


Confesso que não conheço a Lessing, escritora ganhadora do Nobel de literatura.
Fui dar uma olhada geral nos seus livros. E que surpresa boa saber que um deles tem os gatos como eixo condutor da narrativa. Fiquei muito interessada.
Assim, tá aí a dica de presente para mim de final de ano. He he he!
Apreciarei muito.

CHE E A ESPERANÇA



Quando meu marido, com um angiosarcoma no pericárdio (a feiúra da nominação indica a gravidade da doença – incurável), encontrava-se no que parecia ser seus últimos dias de vida, procurei ajuda psicoterápica para enfrentar o momento. Uma das coisas que me marcou dessas sessões de análise foi uma observação feita pela terapeuta. Ela me disse que eu precisa ter esperança, ter esperança em algo. Claro que ela não falava na ilusão de que ele sobreviveria à doença. Ela falava de esperança na vida. Aquilo para mim foi a revelação de uma chaga imensa. Sim, eu não tinha esperança. E eu não entendia como seria possível produzir uma esperança. O homem que eu amava em breve não estaria mais comigo e aquilo era devastador. Eu não entendia o que era esperança, não entendia a idéia, o conceito.
Bem, esperança vem de esperar? Parece que sim. Mas não é um esperar passivo. Esperança é um investimento no futuro. É apostar nele.
Hoje eu vejo que essa experiência particular é reveladora do quanto eu sou uma pessoa do meu tempo. Isso quer dizer que as pessoas dessa geração (atual) se caracterizam pela desesperança. Não há crença no futuro e, portanto, não se investe nele. O investimento é no agora.
Tá, e o que tudo isso tem a ver com Guevara?
Bem, tem a ver com o que Guevara representou para mim na adolescência. Guevara foi um símbolo de pessoa, um ídolo. Eu fui uma das muitas apaixonadas por Che. Aos 14 anos li uma biografia e um dado diário que se dizia seu (não sei se era mesmo)que me impactaram...

Hoje se fala que Guevara era um idealista. E ao dizer idealista se infere “um insano, um tolo, um ingênuo, um alguém-que-não-se-deve-levar-a-sério...”
Eu concordo que ele foi um idealista, porém não vejo nisso nada de pejorativo.
Ser idealista é fundamental.
O idealismo dele foi um dos alimentos para a produção da minha esperança em mim na adolescência. Sem esse combustível não teria enfrentado os obstáculos da vida.
Sou cientista social, antropóloga que lida com populações indígenas... Todo cientista social que se preza é um tanto idealista.
Gente, quando saiu Diários de Motocicleta (Walter Salles) eu chorei de me acabar. Voltei aos 14!
Hoje ainda me pergunto onde posso resgatar a esperança e lembrar a importância de Che na minha trajetória ajuda bastante nessa reflexão.
Os liberais ficam loucos com a sobrevivência do herói Guevara, né? (vide revista Veja – eca! Cuspe-cuspe!!) E pressinto que essa sobrevivência será longa.
Eu de minha parte já conto versões simplificadas e encantadoras do herói para minha filhota (hééé!!!).
As viúvas de Che são muitas. Ainda bem!

GUEVARA

Eu não aprecio muito a prática de colar textos dos outros. Contudo, o fiz agora porque achei o texto abaixo muito apropriado para um desejo das últimas semanas. Pensava em como homenagear, aqui, meu ídolo da adolescência, o Che. E escolhi esse texto (tirei daqui) porque gostei muito. A partir de Guevara, ele faz críticas pertinentes sobre gente que escreve e faz besteiras na imprensa nacional. Um texto combatente é a melhor homenagem.
Vamos ao texto:


“Quando publicarem a dor e a coragem, terão que publicar o amor “
Laerte Braga

Ernesto Rafael Guevara de La Serna viveu e morreu com a dignidade que nem VEJA e nem o Civita, mafioso que preside o grupo que edita a revista, jamais tevera em qualquer momento. VEJA é venal, mentirosa e representa interesses de uma república dentro do Brasil, a FIESP (Federação das Indústrias de São Paulo), uma espécie de país vizinho que fala a mesma língua.

VEJA é a imagem do CANSEI, movimento de escravocratas mineiros e paulistas, dondocas aflitas e desesperadas e da chamada classe “mérdia”. A que não é e nem consegue ser.

É como a GLOBO. A cabeça da GLOBO pode ser sintetizada no episódio envolvendo o diretor do prostíbulo em casa, o Big Brother. O dito cujo ao lado da socialite Narcisa Tamborindeguy, monumento das elites ao vazio, ao não ser nada, injetava éter (como será que conseguia?) em centenas de ovos e escondido da janela do apartamento de um dos boys ou girls da turma se deliciavam atirando-os nas “vagabundas” que passavam pela rua.

Um grupo de rapazes criados com todo o “esmero” global, todos os cuidados informativos de VEJA, a turma dos condomínios fechados, baixou num ponto de ônibus e a pretexto de justiçar uma “vagabunda”, agrediu uma trabalhadora. Roubaram-lhe sessenta reais e um celular para comprar drogas.

O pai de um deles disse que o filho não podia ficar detido junto com presos comuns, pois era estudante de direito. Não disse mais uma palavra depois que ficou provado que a prática era comum. “Vagabundas” eram justiçadas todos os dias pela droga dos filhos dos condomínios fechados.

VEJA é podre. Quando da queda do avião da TAM o robô que apresenta o JORNAL NACIONAL, o tal que disse que “nosso público é como Homer Simpson” (um sujeito simplório que exerce uma função de importância numa agência nuclear e se deixa iludir e enganar com a maior facilidade), sofreu uma crise de chip ao transmitir a notícia, na tentativa de mostrar que a falta de ranhuras em Congonhas tinha provocado o acidente, pois o AIRBUS teria aquaplanado.

Em dois dias a mentira estava desfeita e o moço ganhou férias de uns cinco dias para não desgastar a imagem de mentiroso das oito e pouco da noite de segunda a sábado.

No domingo, a capa de VEJA era a seguinte: “O PILOTO FOI O CULPADO”. Nenhum respeito por coisa alguma, ou quem quer que seja, no afã de servir aos que pagam e compram a revista para publicar o que querem. Imunda.

Duas semanas depois a “caixa preta” mostrou que o acidente foi provocado por falha numa das turbinas, falha no reverso, a manutenção era precária na TAM e o piloto e o co-piloto haviam tomado todas as atitudes necessárias e corretas à situação.

Nem uma palavra de desculpas. A TAM é uma das empresas que compram VEJA. É uma empresa que anuncia em VEJA.

Há centenas de relatos e biografias de Chê em todas as partes do mundo. O rosto de Chê virou lucro para o capitalismo de cada dia. Por que tentar transformá-lo em vilão agora, cinqüenta anos depois de sua morte?

Só o setor do governo do Texas que comprou a revista, a matéria, em VEJA várias publicações sórdidas em todo o mundo pode explicar.

Chê ultrapassa seu tempo. Torna-se exemplo para uma juventude que vê diariamente as mentiras globais e aprende a matar nos jogos de vídeo e computador.

A morte asséptica da tortura nas prisões do Iraque, no campo de concentração de Guantánamo, ou no documento recém divulgado pelos próprios jornais independentes do Texas (ex EUA) em que o líder terrorista da Organização Casa Branca autoriza o uso de “técnicas aprimoradas de interrogatórios”. Tapas no rosto, exposição contínua a baixas temperaturas e afogamentos simulados.

A presença cada vez maior de Guevara incomoda. Claro. Em quem o jovem vai buscar inspirar-se? Em Renan Calheiros? Em Fernando Henrique Cardoso? Em José Serra? Em Aécio Neves? Num presidente que sobrevive engolindo sapos e largando compromissos ao Deus dará como Lula? Em Boninho e seus ovos podres? Em Mônica Veloso que fez tudo para “garantir” o futuro do filho, “preservá-lo” e foi parar nas páginas da PLAYBOY?

Em Antônio Ermírio de Moraes, “paladino” do progresso que vê o Parlamento da Suécia aprovar uma lei determinando que Estado venda as ações da ARACRUZ por práticas criminosas contra pessoas e contra o ambiente?

Nos heróis e vilões da GLOBO?

O modelo está falido. Tentar reduzir Guevara a adjetivos que interessam aos “donos”, aos senhores feudais da Idade Média da Tecnologia é parte de um processo de diluição do ser humano, de seus valores, de transformação desse ser em objeto, em mercadoria.

Roberto Requião, ao término das apurações no Paraná, onde foi reeleito governador com frente mínima, desabafou: “a senhora Miriam Leitão é mentirosa e mentiu com dolo no caso do Porto de Paranaguá. O senhor Pedro Bial é mentiroso e escolheu um terminal privado para tentar mostrar que o governo do estado não cuidava do porto para atender a interesses de privatização e dos plantadores de soja transgênica”.

Ambos engoliram em seco porque são mentirosos. Não importam os fatos, importam as versões que atendam aos interesses dos que pagam (bancos, grandes corporações, governo do Texas, FIESP (uma espécie de delegacia texana por aqui, algo como a agência Pinkerton).

A presença de Hugo Chávez, Evo Morales e Rafael Correa mostrando uma alternativa à verdade absoluta das franquias texanas ao resto do mundo incomoda. Palestinos lutando por liberdade e por sua terra incomodam. Iranianos buscando com um governo eleito pelo voto direto no único país árabe onde as mulheres votam incomodam.

Não é só VEJA que está procurando demolir a imagem de coragem de Guevara. São revistas e jornais da imprensa marrom no mundo inteiro, parte da sociedade de espetáculo, onde o show é formado de vários esquetes e o ser é tratado como um abjeto objeto sem o menor respeito.

O dia que a mídia for livre, isso mesmo, livre, e publicarem a dor e a coragem, terão que publicar o amor.

Guevara vive porque foi o oposto dessa podridão que gera Calheiros aqui. Calheiros no Paquistão. Calheiros na Argentina. Esses caras não suportam imaginar que possa existir quem se lhes seja exatamente o contrário.

Quanto o grupo que edita VEJA perdeu ao não conseguir vencer as concorrências para a edição de livros didáticos para as escolas públicas do País inteiro? FHC saiu e as fraudes ficaram mais difíceis. Pelo menos isso.

Como foram as operações do grupo com estrangeiros em violento desrespeito à legislação brasileira e agora tentam a todo custo evitar uma CPI para apurá-las?

A lavagem de dinheiro no “negócio”.

VEJA não fala nada de graça e nem publica. É tudo uma questão de tabela.

E a GLOBO também.

A matéria sobre Guevara é mais que um achincalhe mentiroso. É parte do processo de desrespeito total e absoluto à verdade e ao ser humano, com objetivos claros de manter ativos os “negócios”.

Um detalhe. Se o dono da VEJA pisar em solo italiano vai preso por fraudes financeiras. Mafioso.

A frase do título é de Fernanda Tardin.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

YAM

E a saga continua...

(Com algumas semanas de atraso... Os dias estavam lotados tal qual Lulu, embora preferisse que fosse como o Calvin que ela cita.) Eu falei da Costelinha, agora falo do Yam.
Estávamos há uma semana com a Costelinha. Eu feliz em vê-la confortável, animada e ambientada em casa. O telefone toca, alguém oferece um gatinho bebê, tipo frajolinha (como a gente queria!). Conversei com a filhota, tentando convencê-la de desistirmos dele, pois agora já tínhamos a Costelinha. Mas ela insistiu: “Mãe, vamos olhar, se a gente não gostar, tudo bem (até parece que não iríamos gostar...). Mas a gente podia pegar essa também”.
Meu coração amoleceu. Pensei: quem tem dois pode ter três. Fomos olhar.
Yam era o menor dos quatro filhotes. Todos os demais eram siameses. Sua mãe era preta e ele nasceu frajola. Era o caçula. Minha filha o pegou, cheia de carinho, e perguntou (num tom afirmativo): “Vamos levar?” Levamos.


Disseram que era uma gata. Mas era tão pequeno que era difícil ter certeza. Com aproximadamente quatro meses é que descobrimos ser um gato.
Yam.
Depois de dado o nome, soubemos que, na yoga, Yam é o nome do mantra indicado para estimular o chakra cardíaco. Achei perfeito, pois a personalidade do Yam relaciona-se ao que simbolizamos para o coração. Yam é sanguíneo! Pura paixão. Ele é passional. Sempre que deseja algo reclama com um miado específico (e reclama sempre e muito!). Costelinha o mima por demais. Rimos muito com os dois. Exemplo: Muitas vezes, enquanto ela descansa deitada em algum canto, ele costuma se aproximar, deitar-se apoiando nela ou então, de forma mais incisiva acordá-la empurrando com sua cabeça a dela. Em seguida se deita e ela prontamente o lambe na cabeça, por uns bons minutos e ele demonstra toda sua satisfação com gestos corporais.


Por ser tão passional, Yam é divertido também. É o que mais pula, sobe e corre pela casa. Tira todos os demais do seu remanso. Quer brincar!
Ao mesmo tempo, parece ter uma paciência infinita com minha filha, que o pega no colo e quer niná-lo qual bebê. Ele se deixa embalar com enfado, mal fingindo gostar da brincadeira. É o único dos gatos que tolera essa brincadeira. Os dois possuem uma ligação especial. Ele costuma estar mais perto dela. Reclama na porta quando ela demora muito para acordar e demonstra sua satisfação quando ela chega da rua.


Feel demorou muito para gostar dele. Algo que Yam não dava a menor bola. Vivia tentando uma aproximação. Só recentemente vejo os dois dormindo lado a lado e até ensaiando algumas brincadeiras.


Yam, de um jeito ou de outro, conquistou a todos.