
O filme das férias de verão.
Vi. E gostei muito.
É linear. Tem algumas incoerências no meio. Coisas que os cinéfilos não gostam muito. Eu não me importo. O que me importa é que seja uma boa história.
É um filme que focaliza a morte. Desde o início até o fim ela é escancarada. Mas não como uma coisa assustadora e ruim.
Ela é assustadora, porém é uma necessidade do nosso tempo pensar nela.
O filme é um discurso de contraponto ao senso comum contemporâneo que insiste em negar a morte.
Há trechos no filme que me encantaram mais:
►Quando o protagonista nos primeiros anos de vida é informado que sua morte está próxima, ele passa a encará-la como algo natural que faz parte do cotidiano (como negamos isso!). Todo o restante do filme é coerente com essa base.
►A presença constante da água. Ela inspira a idéia de fluidez e plasticidade que a vida é. Um dos argumentos do filme.
►Quando o par romântico do protagonista se envergonha da própria velhice diante da juventude do parceiro, ele responde que havia aprendido a não se olhar no espelho. Esse é um dos aprendizados importantes que a morte pode fornecer.
►O relógio que gira em sentido inverso. É um objeto poético que fez doer todos os sentidos.
E claro, o filme fala muito de memória e lembranças. Voltei para casa impactada com as próprias lembranças.
Lembrar dele foi inevitável.
E não receei a dor. Dirigi e chorei até em casa.
O filme é bom. Vá ver. E se chorar, também vai ser bom.