Nesse final de semana que passou fui fazer algumas tarefas domésticas. No caso, ir ao Super fazer as compras do mês. Daí que eu e a loira* aproveitamos para almoçar lá no tal do shopping** onde tem o Super que a gente gosta de comprar.
E lá estamos comendo na praça de alimentação, mesas padrão, excesso de produtos descartáveis***, fast food, refrigerantes... Olho em uma mesa mais distante à minha frente e acompanho uma cena. São duas moças dividindo um sorvete. Estão sentadas lado a lado e diante do meu campo de visão. Elas não percebem meu olhar. As cadeiras são fixadas na mesa, de tal forma que não é possível mudá-las de posição. As moças encontram a alternativa de cada uma sentar mais na ponta lateral de cada cadeira para ficarem mais próximas. Enquanto uma saboreia uma porção de sorvete a outra observa-a e passa o braço suavemente por suas costas. Depois, discretamente, retira o braço e pega o sorvete que lhe é oferecido. Agora é a outra que, também discretamente, aperta com uma das mãos por debaixo da mesa, uma das coxas da companheira. Elas terminam o sorvete, levantam e se vão.
Fiquei surpresa!
Surpresa porque achei um ato de coragem das duas. Ainda que estivessem discretas, qualquer olhar poderia detectar que se tratava de um casal. E, embora goste muito da cidade onde moro, tenho que reconhecer que o preconceito aqui ainda é grande.
Saí contente para as compras. Ganhei o dia.
*Minha filhota
**Cá entre nós, não se trata de um shopping, é uma galeria de lojas, mas para os padrões provincianos locais talvez seja...
***Gente, como produzimos inutilidades!
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Um comentário:
Val, espero estar viva para ver o dia em que as pessoas vão dar mais importância à vida delas do que à dos outros; e vão achar mais importante se preocupar com os problemas estruturais desse país ao invés de saber quem dorme com quem.
Beijo
;o)
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