terça-feira, 30 de setembro de 2008

Isso é legal?

Escola municipal Midufo Vada, bairro Jardim Quebec.
Terça-feira, 30 de setembro de 2008.
As crianças, às 17:10h saem da escola. No turno da tarde a escola atende crianças de 6 a 12 anos. Não são eleitoras.
Mas lá estavam três pessoas distribuindo brindes para as crianças. Brindes do candidato da situação.

Isso pode? É legal? Eu tirei uma foto dessa cena. As moças que faziam a distribuição ficaram incomodadas e vieram pedir esclarecimentos do que eu estava fotografando.
Depois ligaram para alguém para pedir orientação. Em seguida anotaram a placa do meu carro.

Isso me irritou. Que constrangimento é esse?
Essa reação só me fez tomar a resolução de publicar a foto (não aparece o rosto das moças, pois isso é irrelevante e é preciso preservar suas identidades) e comentar o fato.
Com certeza meus parcos leitores não votam nesse candidato, mas eis aí mais um motivo para não fazê-lo.

Eleições e animais


A Spam mandou uma carta aos seus sócios informando ter feito uma sondagem para saber quem são os candidatos que se mostram interessados com o tema dos animais domésticos e de rua de Maringá.
Trata-se de um tema importante, pois, entre outras coisas, afetam os setores da saúde pública e do meio ambiente.
Bem, a direção da Spam coloca que, na sua sondagem, poucos candidatos a vereador indicaram interesse no tema e quase nenhum candidato a prefeito. A carta também tinha como objetivo informar que, justamente, um desses candidatos convidava a sociedade civil organizada que lida com o assunto para uma reunião a fim de se interar do que se pensa e se faz a respeito em Maringá.(abrigo da Spam)

Fui a essa reunião, mais por curiosidade. Interessa-me entender esse desinteresse político.
A reunião foi um pouco tumultuada, pois muitas pessoas não têm qualquer iniciação política. A relação que tentam estabelecer continua sendo aquela da época do coronelismo. Mas, enfim, as relações de compadrio ainda são a tônica na política nacional. Mais um analfabetismo grave no país: o analfabetismo político.
Contudo, gostei da postura de uma das representantes da Spam na reunião, a Kátia. Muito lúcida e clara na compreensão do papel da sociedade civil de defesa dos animais, Kátia expôs objetivamente os avanços que já existem na legislação municipal a respeito do tema e como a própria prefeitura fere algumas dessas normatizações sem que outras instâncias saibam ou viabilizem formas de controle.
Todas as entidades presentes apontaram que a prefeitura precisa colocar em prática a castração de animais resgatados das ruas, pois isso já é lei municipal. E não sacrificá-los, o que parece acontecer indiscriminadamente, mas ninguém conseguiu até o momento, apresentar provas disso.
Outras pessoas na reunião apontaram problemas na administração do CCZ (centro de controle de zoonoses). Uma tal de M., funcionária (ou c.c. ou f.g.?) da prefeitura tem uma postura de ‘dona do pedaço’ e faz lá o que quer e o que não quer. Seu poder é tanto que se mantém no cargo há várias administrações (de diferentes tendências políticas). As entidades não concordam com muitos dos procedimentos dessa senhora e esperam poder pressionar a próxima administração para que ela aja de acordo com a legislação em vigor e não de acordo com a direção que os ventos da sua vontade determinar.
No fim das contas eu gostei de ter ido. Fez-me refletir que preciso participar mais desse âmbito pela defesa dos animais em geral e dos gatos em particular.
Do ponto de vista do marketing político, vale reforçar a constatação de que muitos políticos perdem uma boa fatia de voto por não darem importância a esse assunto. Animais domésticos nunca foram tão amados como nos dias atuais. A preocupação com eles nunca foi tão importante na vida das pessoas como se vê agora.
Não é recorrente vermos políticos afetuosos com crianças? Todo mundo reconhece o apelo desse ato. Pois a imagem de uma criança aciona em nós sentimentos profundos que influenciam nossas decisões. Afinal, quem tem respeito e afeto por crianças, será sensível também em outros aspectos da nossa vida. E embora saibamos do quanto de artificialidade esse ato possui, ele continua sendo utilizado pelos candidatos, pois continua tendo eficácia.
Algo aproximado acontece na relação entre pessoas e animais domésticos. Mas parece que o setor político local ainda não se atentou para o quanto a imagem de simpatia aos animais tem poder de angariar votos.(Marta com um de seus muitos cães regatados da rua)

De qualquer forma, setores da sociedade civil, como a Spam, estão atentos e farão sua parte para que o poder público avance no papel que deve cumprir.
Sim, os animais também têm seus direitos que devem ser respeitados e as pessoas que lhe tem apreço agem para que isso aconteça.
(minha filha com um dos gatos que resgatamos da rua)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Mas, professora, onde é a biblioteca mesmo?


Eu queria mesmo saber onde isso começou.
Uma aluna me responde que sempre foi assim, desde o início dos tempos.
Ela está certa.
Mas eu me lembro, vagamente, que num outro tempo, numa outra existência era de outro jeito.
Alunos não sabem fazer pesquisa.
E a responsabilidade é toda do corpo docente.
Rotina acadêmica: Há uma disciplina e um conjunto de textos a serem lidos pelos alunos. Boa parte dos textos está em livros e revistas na biblioteca ou em forma eletrônica na internet. Porém, o professor deve fazer cópia de todos os textos e deixá-las disponíveis em uma pasta para que os alunos possam consultá-la e tirar suas cópias. Se isso não for feito, os alunos simplesmente não conseguem encontrar os livros e revistas, o abrigo dos textos.
Eu me pergunto de novo: quando isso começou? Não é possível que foi sonho, pois eu me lembro bem que nos tempos idos da minha vida de acadêmica, eu freqüentava a biblioteca e lá encontrava todos os textos sugeridos pelos professores.
Um dos desdobramentos desse estado de coisas é que, hoje, um aluno inserido em um projeto de iniciação científica só lê o que estiver listado no projeto (e os textos devem ser disponibilizados pelo professor-orientador). Não há a menor hipótese de que ele explore outras fontes. Simplesmente por não saber fazer isso.
Comento o assunto com um aluno e ele me pergunta: “Mas não é assim que deve ser?”
É isso mesmo.
É assim que deve ser, pois fomos nós, os professores, que construímos essa dinâmica.
Eu tenho evitado deixar cópias de textos para os alunos. Em minha última aula para uma determinada turma eles deveriam buscar o texto na biblioteca.
Biblioteca? Onde? Como?
O resultado é que só um aluno encontrou e leu o texto.
Sigamos!

domingo, 14 de setembro de 2008

Quando o âmbito público faz falta


A ideologia contemporânea ocidental coloca a ênfase no indivíduo. O indivíduo é o centro da sociedade. Sociedade? Há dúvidas quanto à possibilidade de uma sociedade de indivíduos (nada a ver com o livro de Nobert Elias... ou quase.) numa ideologia do individualismo. Há coisas como a idéia de que o desenvolvimento da sociedade ocidental (pós-)moderna promoverá a completa ausência do Estado ou de instâncias públicas.
O discurso e a moral do individualismo estão impregnados no nosso dia-a-dia. Esse papo de sucesso, liderança, felicidade etc. focam no indivíduo: Você pode, sozinho, alcançar o seu sucesso e ser feliz. Se não conseguir, a culpa é sua. É tudo com você.
Não vivemos o boom dos livros de auto-ajuda? Tudo parte ou termina no indivíduo.
A ênfase no corpo é outro suporte do individualismo. Nunca se falou tanto do corpo, templo do indivíduo. E se vai na corrente achando que é isso aí mesmo, cada um cuidando de si e todos chegarão à felicidade.
Mas a gente vai percebendo sinais de que a coisa não é tão simples assim. Não dá para ficarmos com o foco só no indivíduo.
Sei lá, meu pensamento antropológico não me deixa esquecer que uma das premissas que nos faz humanos é a nossa característica social.
Somos animais sociais.
(...)
Tudo isso para dizer que fiquei a pensar na tragédia divulgada pela imprensa nos últimos dias a respeito de dois meninos, assassinados pelo pai e madrasta. O ponto que me chamou a atenção é sobre a informação de que essas crianças já tinham um histórico de violência doméstica registrado no conselho tutelar. Inclusive já teriam, por conseqüência dessa violência, sido recolhidas em abrigos. Dias antes da tragédia teriam fugido de casa e pedido ajuda das instâncias públicas. Estas acharam por bem, devolvê-las à família.
Essa última atitude do poder público tem sido alvo de críticas. Afinal, com esse histórico, deveriam ter dado outra solução. O que, talvez, teria evitado o destino trágico das crianças.
Vejo nessa lamentável notícia da impressa nacional um exemplo nefasto do individualismo.
Também a criança deixou de ser uma responsabilidade social e passou a ser, prioritariamente, uma responsabilidade individual. Mais precisamente, uma responsabilidade quase exclusiva da família.
Se uma criança apresenta problemas sociais (é violenta – rouba, usa drogas, trafica drogas, mata etc.) a sua causa é antes de origem individual, do que social. Ou seja, as justificativas centram-se no seu histórico psico-familiar (seu pai/mãe é assim/assado e, portanto, desenvolveu traumas, psicopatias etc., ou não desenvolveu qualidades psicossociais etc.). O contexto sócio-econômico é quase que totalmente desconsiderado.
Partindo-se dessa premissa, o estado se exime de qualquer poder de intervenção. Ou então, sua intervenção é entendida como quase ineficaz. Pois se tudo se origina e é responsabilidade da família, é lá onde tudo deve ser resolvido ou ajustado.
Essa tem sido a orientação das políticas públicas.
Se a tragédia com as crianças paulistas não tivesse ocorrido, nenhum questionamento seria feito sobre a ação do conselho tutelar.
A infância está com os dias contados e a criança não é mais de interesse social. Portanto, deixa de ser alvo de intervenção e investimento do Estado.
Esse é um dos lados negativos do individualismo.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Imagens da Bahia

Que praia é essa mesmo? Não me lembro... (de tão relevante!)





Ouriços sofrendo com a maré baixa.

Visão de Porto Seguro

O irônico artesanato de Porto Seguro

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

RONRONROM


Sabe aquela felicidade discreta, aquele prazer interno que só a gente sabe que está sentindo? É uma delícia, não?
Você está numa fila de banco imensurável, de acabar com qualquer humor e eis que o celular acusa uma mensagem e você recebe aquela boa notícia tão esperada ou quase impossível. Você não sai pulando e gritando pelo banco, mas curte a alegria intimamente e tudo ao redor deixa de ter importância.
Essa manifestação interna de prazer (ou seria não manifestação?) sempre me agradou mais do que a outra, cheia de barulho, que chama a atenção de todos.
Aquele ‘rir por dentro’ é uma das sensações que considero das melhores, superiores. Nunca pensei em conceitualizar esse tipo de prazer. Mas acabo por esbarrar com uma definição que achei perfeita.
Ela vem de um psicólogo, seu nome é Irvin D. Yalom. Famoso por escrever literatura a partir de sua experiência clínica (é dele o livro Quando Nietzsche chorou). Num desses seus livros ele fala desse tipo de prazer íntimo ao encontrar a chave para a interpretação de uma situação clínica. E para defini-la ele se vale do verbo “ronronar”.
Ronronar!
Perfeito. Como não pensei nisso antes?
Os gatos aqui na minha volta... Por vezes felizes como eles só, mas não há nenhum sinal corporal que o diga, salvo pelo barulhinho que só se ouve ao chegar mais perto. E aí encontramos o seu ronronrom.
Assim, peguei pra mim esse insight certeiro de Yalom.
Ronronrom!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

RO RO RO!


Kadu já foi adotado. Que cousa boa!
Gracias a todos.


SIGAMOS!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

AGORA É A VEZ DO KADU


Hummm.... O que será que houve com esses cães invadindo o espaço dos gatos, em?
Tudo bem, vamos lá.
Dessa vez foi minha vizinha que encontrou esse cocker no bairro Jardim Quebec. Estava lamentável, com a pelagem toda emaranhada, suja e com pulgas e carrapatos. Foi levado a uma clínica veterinária. Tratado e limpo agora iniciamos mais uma campanha de doação.
Quem se anima a ficar com o Kadu? Ele é bonito, tem em torno de um ano e meio, brincalhão e dócil.
Se alguém se interessar, por favor, deixe seu recado aqui.

BONACHÃO VIROU CORISCO

Graças ao empenho da Graça (e com certeza, somada a torcida de várias outras pessoas), o Bonachão foi adotado, vive numa casa com um quintal grande e recebeu o nome de Corisco.
Que sua vida siga melhor agora.